Felipe Lwe

"Quem tivé de sapato num sobra, num pode sobrá"


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Filme: “Jan Saudek – V pekle svych vasni, raj v nedohlednu (preso por suas paixões, sem esperança de resgate)” de Adolf Zika


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Acabo de assistir o filme: “Jan Saudek – V pekle svych vasni, raj v nedohlednu”, de 2007, do diretor Adolf Zika. Este foi seu primeiro longa documentário, assim me parece e em 2012 ele dirigiu um outro projeto que também parece muito interessante: “The Czech land, Your home!”, onde vários cineastas se reuniram e produziram imagens sobre a República Checa atual num tom de questionamento pós Revolução do Veludo ou Revolução Gentil (uma revolução que começou com manifestações populares [assim como as que estão inundando o Brasil de hoje – 2013] e chegou a reunir mais de meio milhão de pessoas na antiga Tchecoslováquia, o resultado foi a deposição do governo comunista e a independência da Repúplica Checa e da Eslovênia). Já no filme que assisti hoje vieram os primeiros questionamentos sobre o estado da República Checa, num dos depoimentos Jan Saudek opina dizendo que as gravatas apenas trocaram de pescoço, talvez tenha sido o mote para Zika se interessar pelo tema e desenvolver o trabalho recém-lançado.

Jan Saudek, veja o trabalho dele aqui, é um fotógrafo que viveu a Segunda Guerra mundial, aos 7 anos de idade morava num porão e a visão de sua janela era um muro. Em suas fotos é explicita a referência à essa época, principalmente as fotos que contém uma janela que ás vezes dá vista para o céu e outras vezes dá vista para outra parede. Em suas fotos percebo dois temas recorrentes: o nu e uma mistura de fragilidade, força e colo. No início do filme sabemos de uma experiência que moldaria seu desejo e sua maneira de viver e ver o mundo, por isso o nu feminino é tão forte em sua obra, mas creio que também existe uma fragilidade desses corpos, seja por armas apontadas, seja pela próprias estrutura dos corpos fotografados, muitas vezes um bebe é retratado nu nos braços fortes de um homem, ou alguém é carregado totalmente entregue nos braços de outra pessoa, demonstrando necessidade de cuidados ou já um desfalecimento.

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek

 

 

 

 

 

O documentário é bastante interessante. Baseado em depoimentos de Saudek, algumas sequências chamam atenção. Escolhas comuns conversam com escolhas inusuais, como quando a sombra do diretor conversa com o fotógrafo. Um debate é acompanhado pela equipe de Zika, depois do debate Saudek se isola durante um mês. Isso me faz pensar como os artistas são frágeis às opiniões alheias. De repente um trabalho que ele demorou meses para concluir, que se muniu de uma energia de um objetivo e chega no público de uma maneira avessa. O debate mexeu bastante com ele, na saída do debate é possível perceber isso. O diretor acompanha um ensaio fotográfico de Saudek com uma moça e acontece uma comparação muito valiosa, Saudek abre o saquinho com o filme para sua màquina fotográfica como abrimos uma camisinha, de certa maneira ele encapou a máquina e assim estava preparado para fotografar, isso já explica muito sobre a própria visão de Saudek sobre sua obra, no ponto de vista do diretor.

Cena do filme Jan Saudek

Cena do filme Jan Saudek

Me pareceu um documentário bastante sincero do diretor. É difícil defender o ideal de vida do Sr. Saudek e em algumas cenas se percebe claramente que ele mesmo tem certa dificuldade de viver assim, no entanto essas escolhas são ele e é com isso que ele vive. Duas frases me chamaram bastante atenção:

“Não é um belo corpo masculino que me atrai. O corpo não precisa ser “bonito”, caracterizando-se por ser magro e musculoso. Nós somos guiados pelo faro e é por meio disso que me deixo ser levado, e é assim que posso ser atraído pela beleza masculina”

Pergunta o diretor: “Onde está a moral?”

Resposta de Saudek: “Se eu me apaixonasse por um de meus filhos, e o filho sem ser coagido desejasse fazer amor comigo, eu faria…” “Está respondida a questão?”

Me identifiquei bastante com Saudek, não sei direito onde me posicionar em relação aos seus pensamentos e à sua prática, mas gosto de sua liberdade e suas fotos mexem comigo. Conheci Saudek por causa da remontagem de um trabalho de dança contemporânea intitulado: “Íntima visão de um corpo surrado”, de João Pirahy que se baseou em fotografias dele para compor a obra. Estou muito curioso com o resultado desse trabalho e com o prórpio trajeto que farei na busca gestual, e assistir esse filme foi bastante importante para entender melhor a fotografia e o clima desse artista. Quem assistir por favor compartilhe suas experiências, vai me ajudar a compor meu trabalho como intérprete.

O próprio Saudek

O próprio Saudek

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek

Foto de Jan Saudek


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Loja: “amüse” – Petiscos e experimentações


Amüse

Hoje fui curtir um happy hour com meu namorado e um amigo nosso. Depois do buteco, andando pela Vila Madalena na direção do metrô os três leem: “Comer sem pudor”… Um olha pra cara do outro e dizemos: “É isso o que queríamos!!!” “Queremos comer sem pudor!!” “Uhuuuuu”. Entramos!

Comer sem Pudor

A atendente nos recebeu e explicou como a loja funciona, cada item, cada geladeira e prateleira. Ensinou a fazer arroz à moda de Portugallll, e deu dicas do que achava mais interessante. Os itens são incríveis, vão desde Vinagre de Maracujá, até Mousse de Cupuaçu… Tem azeite de manjericão, farofa de café, tem caldo de legumes natural, manja? Sem conservante nenhum e tudo natural, aliás a loja inteira não tem conservantes!!! E tem uma geladeira com uns saquinhos plásticos à vácuo com comidinhas prontas como: Purê de Mandioquinha, Picadinho de Fraldinha com cerveja preta e assim vai. As porções são pequenas e um tanto salgadas no preço que varia de R$10 a R$60 na grande maioria dos itens. Apenas sabores exóticos em embalagens não muito convencionais. A loja é muito legal, a atendente também e parece que depois das 17h a parte de baixo da loja fica aberta para você degustar tranquilamente os petiscos da casa… É uma ótima pedida pra presentes de amigos gourmet, encrementa qualquer receita!

Purê de Banana da Terra e Calda de Maracujá com Gengibre!

Purê de Banana da Terra e Calda de Maracujá com Gengibre!

Eu não ia sair de mãos abanando, então escolhi o Purê de Banana da Terra (250g) e uma Calda de Maracujá com Gengibre (100ml), os dois saíram por R$28,00 e fiz questão de experimentar hoje mesmo junto com minha comida normal: Arroz com nuggets, hoje com purê de banana da terra e calda de maracujá com gengibre! E num eh que a calda combinou com o purê e o purê com o arroz?? Eu adorei, e a usei só metade do purê, amanhã tem mais!! A Amüse fica na Rua Girassol, 223 – Vila Madalena – São Paulo – Brasil. (11) 2548-6605. Acesse o face da Amüse aqui! Qualquer dúvida o email deles é: ola@amusefoodstore.com.br. Quem experimentar mais alguma exoticidade posta aqui embaixo o que achou!


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Livro: “Praticando o poder do Agora” de Eckhart Tolle


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Livro de Eckhart Tolle

O ano de 2012 não foi muito fácil pra mim, apesar de ser um ano de conquistas importantes. Tive muitos problemas de ordem emocional, muitas dúvidas profissionais e um tanto de imobilidade também de minha parte, até por não saber como reagir a tudo o que estava acontecendo. Foram vários momentos de crise e num deles fui encontrar uma amiga minha, professora de jazzdance e bailarina atuante em musicais, que aliás foi um presente tê-la encontrado nessa vida. Ao final da aula que assisti ela me convidou para um café junto a mais uma amiga. Surpreso aceitei o convite, já que nunca tinha tomado um café com ela antes. No apartamento dela começamos a conversar e tudo o que estava dentro de mim começou a jorrar pra fora. Depois de muito conversar ela chegou em mim e apenas me olhando me entregou um livro e uma essência. O livro era “Praticando o poder do agora” e a essência era de alecrim, um cheiro maravilhoso. Disse apenas “Leia! E se acalme, às vezes batalhamos muito para subir uma montanha e ao chegar lá percebemos que subimos a montanha errada, ou então que era apenas um patamar de uma montanha ainda maior.”

Nunca gostei de livros de auto-ajuda, mas vindo de quem estava vindo resolvi ler. E me surpreendi.

O livro incita você a se deter ao presente, prestar atenção no momento ao qual está vivendo e não nos momentos que passaram ou aqueles que ainda estarão por vir. Para o autor o maior inimigo de nós mesmo é nossa própria mente, quando nos identificamos com ela deixamos de ser nós mesmos e passamos a ser a mente e a julgar tudo e todas as nossas ações. Isso foi uma descoberta pra mim, assim que li percebi que minha mente estava julgando tudo o que eu estava fazendo, pensando, sentindo e a todos os meus amigos também. Com isso não conseguia me decidir sobre o que fazer e nem vivenciar o momento das minhas conquistas, que dirá aproveitar alguns minutos de tranquilidade com quem eu amava. A minha mente estava falando demais, como se eu estivesse ouvindo um monte de vozes e ficando ainda mais confuso. É realmente muito importante distanciar a mente afastá-la e apenas observar e verificar o que está se passando com ela.

Escritor de "Praticando o poder do agora"

Escritor de “Praticando o poder do agora”

Tolle ainda mostra que a mente está sempre pensando no futuro e por isso faz tantos julgamentos, assim estamos sempre apreensivos e dessa situação nasce o medo. Pra mim o medo é realmente o maior obstáculo que temos de vencer, medo de perder alguém, de trocar de trabalho e não ser mais reconhecido profissionalmente, medo de se entregar para a vida e deixá-la nos levar para o nosso caminho. Para conseguir afastar o medo é necessário trazê-lo ainda mais para perto, é preciso olhá-lo e dizer: “Sim, você existe! Eu tenho medo!”, assumir aquilo que nos trava, aquilo nos é defeituoso é sempre muito duro e muito triste, mas é a única forma de conseguir se desvenciliar e deixar de alimentar isso dentro de nós. Portanto se faz necessário um afastamento da mente (que está no futuro e traz o medo) para que possamos viver o presente e nos maravilhar com tudo ao nosso redor.

Numa das passagens do livro temos: “… verifique se você tem um problema neste exato momento. Não amanhã ou dentro de dez minutos, mas já. Você tem um problema agora?” Como nossa mente não para de pensar e nos apressar ficamos lotados de problemas e assim não há espaço para coisas novas e ele propõe então que possamos encontrar a vida por trás de toda a bagunça que nossa mente faz. “Utilize seus sentidos plenamente”!

Sempre que nos projetamos no futuro estamos inconscientes, ou seja, não estamos vivendo o presente e assim é muito fácil a mente nos levar à loucura, à depressão, à infelicidade. “A presença é a chave para a liberdade.”, e a alegria estará por perto pois presentes aproveitamos nossa vida. A maioria das pessoas com quem converso diz já estar velha e por isso não vai conseguir conquistar aquilo que queria, e essas pessoas tem entre 19 e 50 anos, todos plenamente capazes de realizar tudo aquilo que se proporem, no entanto o medo as trava e já desistem antes mesmo de começar, quando não vivem ansiosas e cheias de preocupações sem se deliciar com o caminho que estão trilhando. Mas o trabalho para estancar todo esse medo é grande e lento, exige que deixemos de esperar por aquilo que nos fará feliz e agir no presente. Numa passagem engraçada e que vou levar pra minha vida ele escreve: “Portanto, da próxima vez que alguém disser “desculpe por ter feito você esperar”, sua resposta pode ser: “Está tudo bem, não estava esperando. Estava aqui contente comigo”.”

Mas não é só a espera pelo futuro que nos atrapalha, para Tolle passado e futuro tem o mesmo peso, enquanto não nos desligamos do que fizemos, do que os outros fizeram para gente, do que já passou também não estaremos presentes e conscientes no presente. Muito interessante quando ele passa a comentar sobre os relacionamentos afetivos, porque eu acho muito difícil aceitar o outro do jeito que ele é e estar presente é assumir que o outro é o outro e não vai ser do jeito que eu quero, eu preciso estar bem comigo e presente em mim para poder aceitar o outro e acabei me lembrando de quantas discussões tive com meu companheiro nesse ano de 2012. É muito duro aceitar que temos impulsos agressivos por não querer assumir dificuldades nossas, que o outro muitas vezes não tem a ver com os nossos problemas, e que esse tipo de discussão acaba se repetindo em todos os relacionamentos afetivos que você tem porque o problema é seu FELIPE!!

O grande lance do livro é que eu acordei para o fato de abandonar qualquer resistência sobre o que é. Hoje me esforço para quando me defrontar com algo complicado e dizer para mim mesmo: “Isso é.” Apenas isso, as coisas são. Enxergar o agora como ele realmente é e aos poucos me libertar daquilo que carrego do passado e não fazer mais tantas previsões sobre como será o meu futuro. Mas há algo importante que Tolle não deixa de dizer, com isso não se diz que se deve aceitar situações indesejadas e nem criar ilusões sobre sua realidade, mas “ter a completa consciência de que deseja sair dali. Então reduz sua atençao ao momento presente, sem atribuir nenhum rótulo mental.”

Então para 2013 vale a máxima: “Se não há solução, solucionado está”. E coragem para vencer os medos, que nada mais são do que sombras projetadas por nós mesmos! Sem rótulos mentais!!!

Esses dias (06/01/13) pesquisei e o livro custa por volta de R$11,00, um preço acessível e li em 3 horas. A publicação é da Sextante. No site de Eckhart há alguns vídeos dele falando sobre esse e outros assuntos, mas ainda não assisti, não sei se são bons. Esses dias achei um link para download da versão em pdf do livro “O poder do Agora”, mas recomendo altamente a compra do livro, porque realmente é muito bom!